domingo, 8 de setembro de 2013

RESUMO: O ESPAÇO URBANO - Roberto Lobato Corrêa

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA
SETOR DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS
DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS






RITA DE CÁSSIA MALAGOLLI 







RESUMO: O ESPAÇO URBANO







  

Resumo dos capítulos 1, 2 e 3 do livro O Espaço Urbano de Roberto Lobato Corrêa como requisito para a disciplina Geografia Urbana II do curso de Licenciatura em Geografia, da Universidade Estadual de Ponta Grossa – Paraná, sob a orientação da professora Andreia Barboza.






PARANAGUÁ
2012







O ESPAÇO URBANO


No presente estudo, Corrêa faz uma interpretação sobre a cidade como o espaço  urbano que pode ser analisado como um conjunto de pontos, linhas e áreas ou ainda considerá-lo como forma espacial em seus vínculos com estrutura social, com processos e funções urbanas, que possui uma temática que pode ser avaliada da a partir da percepção de uma população, ou seja, dos agentes formadores deste espaço.
O espaço urbano pode ser abordado e analisado de várias formas e diferentes usos da terra podem ser definidos como centro da cidade, local de concentração de atividades comerciais, de serviço e de gestão, áreas industriais, áreas residenciais distintas, pois ele é fragmentado e articulado, um conjunto de símbolos e campo de lutas, então a sociedade aparece em suas dimensões, materializada nas formas espaciais.
Segundo Côrrea, os grandes agentes sociais do processo de produção do espaço, são:
Proprietários dos meios de produção: são os grandes consumidores de espaço, necessitando de terrenos amplos e baratos que satisfaçam requisitos inerentes às atividades das empresas com localização estratégicas junto a portos, vias férreas ou locais de acesso à população.
Proprietários fundiários: são os proprietários das terras que atuam afim de obter maior renda fundiária de suas propriedades e seu interesse é em relação ao valor de troca da mesma e não no seu valor de uso, sendo que alguns dos proprietários poderão muitas vezes ter suas terras valorizadas por investimentos públicos, realizados devido a sua influência.
Promotores imobiliários: são agentes que realizam operações como, financiamento, estudo técnico, construção e comercialização, produzindo habitações que visam aumentar sua margem de lucro a partir de estratégias como inovações, valor de uso superior às antigas, obtenção de um lucro maior, o que ocasiona a exclusão das camadas populares.
Estado: organiza espacialmente a cidade, de forma complexa e variável tanto no tempo como no espaço, com instrumentos legais que contribuem com a sua atuação, como: direito de desapropriação para compra de terras; dispositivos legais que regulam o uso do solo; monitoramento de restrição dos preços das terras; limitação da superfície da terra de que cada um pode atribuir; impostos fundiários e imobiliários variáveis de acordo com a dimensão do imóvel, uso da terra e localização; tributação de terrenos livres, levando ao uso completo do espaço urbano; mobilização de reservas fundiárias públicas, alterando o preço da terra e regulando a ocupação do espaço; gasto de recursos públicos na produção do espaço, por meio de obras de drenagem, desmontes, e provimento de infraestrutura; composição de mecanismos de créditos à habitação; e pesquisas, operações-testes como materiais e procedimento de construção, também o controle de produção e do mercado deste material.
Grupos sociais excluídos: pertinentes às pessoas que não possuem renda para aquisição de um imóvel de forma legal, ou que permita manter o pagamento de aluguel, projetando-os assim a morarem de forma irregular em cortiços ou em áreas de invasão.
Referente ao item do texto: “Um exemplo concreto: o bairro de Copacabana”, a atuação dos agentes modeladores não se faz de forma isolada e sim em conjunto, sempre através da transformação do espaço, pois todos estes processos sociais são frutos de uma sociedade capitalista, que recriam formas espaciais e funções, constituindo sua própria organização urbana. A importância da rede urbana tem sido associada ao planejamento baseado na economia, que reduz o entendimento do seu papel no desenvolvimento do capitalismo.





Bibliografia:


CORRÊA, Roberto Lobato. O Espaço Urbano. São Paulo: Ática, 2002. 

RESENHA: A GEOGRAFIA ESCOLAR: REFLEXÕES SOBRE O PROCESSO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO DO ENSINO

RITA DE CÁSSIA MALAGOLLI 
















Resenha crítica do artigo: A geografia escolar: Reflexões sobre o processo didático-pedagógico do ensino, de autoria de Marlene Macário de Oliveira, como requisito para a disciplina: Técnicas de Pesquisa em Educação Geográfica, do curso de Licenciatura em Geografia, da Universidade Estadual de Ponta Grossa, ministrado pela professora Juliana Przybysz.









PONTA GROSSA
2012




REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
OLIVEIRA, Marlene Macário de. A Geografia Escolar: Reflexões sobre o processo didático-pedagógico do ensino. Revista Discente Expressões Geográficas. Florianópolis-SC, nº 02, p. 10-24, junho/2006

O autor critica no ensino da geografia a atitude do professor com o processo educativo alvo de discussões permanentes e que deve evoluir em muitos aspectos, principalmente no que se refere a metodologia. Tem o dever de formar um cidadão crítico que seja capaz de atuar na sociedade, compreender a realidade em que ele vive além de estimular a percepção do espaço.
A partir do momento em que o ensino da geografia esteja voltado a preparar o aluno para a vida, irá contribuir para que este compreenda a dimensão espacial em que vive e  apto a ocupá-lo de maneira cidadã e participativa. Não obstante, é necessário que o professor enquanto mediador mantenha uma postura para que não fique restrito em transmitir meramente o conteúdo de uma disciplina ignorando sua forma constitutiva.
Denuncia a negligência da geografia física em favor da geografia humana - o que se constitui como obstáculo para que os indivíduos se expressem livremente. O Movimento de Renovação inseriu novas técnicas que possibilitaram a análise geográfica, onde se estabelece uma crise de metodologia de pesquisa com novas propostas na esfera da disciplina e que deram contribuição para que os indivíduos buscassem um pensamento crítico e se reconhecessem como sujeitos do mundo em que vivem.
Ao criticar o professor condicionado a prática reducionista da educação reforçada pelos modelos pedagógicos "prontos e acabados", percebemos que segue um modelo fragmentado, e não um projeto encaminhado para ações pedagógicas que pudesse atender as visões fundamentadas em conceitos, que tivessem um valor contextual, ou meio para que a aprendizagem do aluno fosse significativa e não meramente limitada ao uso do livro didático,  que reproduzem métodos tradicionais, e conteúdos que terminam por influenciar a prática.
No que se refere ao livro didático, ele acaba por ocultar os conflitos e os problemas da sociedade em que vivemos pois trata de um conhecimento positivista que esconde todas as suas contradições, estando distante dos debates e dos conhecimentos científicos. A geografia observada por quem está inserido no contexto de pesquisa e ensino,  pode apresentar-se como uma disciplina que cumpre um forte papel ideológico  podendo transformar uma sociedade, a partir do momento que eleva a tona muitas questões do âmbito geopolítico.
O espaço geográfico continua sendo o mais importante objeto de estudo da geografia, sendo visto um conjunto de vários sistemas e além de tudo é uma condição para a ação. A partir dai ele formará o homem livre e desta forma a aprendizagem terá a finalidade de sua formação.
Para isso é necessário que, a prática pedagógica venha a ser o caminho para o indivíduo ser conduzido para a vida social que acerca das transformações científicas e tecnológicas que ocorrem, ele possa fazer uma leitura crítica.
Entretanto, há de se fazer as devidas ressalvas que o preparo do aluno para a vida, não será realidade se este não tiver condições de ocupar o seu espaço geográfico no mercado de trabalho e então, ocupar os demais espaços destinados aos incluídos socialmente.











                                                                                         





RESENHA: CIÊNCIA GEOGRÁFICA E ENSINO DA GEOGRAFIA

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA
CURSO DE GEOGRAFIA







RITA DE CÁSSIA MALAGOLLI










  







Resenha crítica do primeiro capítulo do livro  “Geografia, escola e construção do conhecimento, de Lana de Souza Cavalcanti, como requisito para a disciplina Técnicas de Pesquisa em Educação Geográfica, do curso de Licenciatura em Geografia, da Universidade Estadual de Ponta Grossa, ministrado pela professora Juliana Przybysz.











PARANAGUÁ
2012








REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
CAVALCANTI, Lana de Souza. Geografia, escola e construção do conhecimento. Campinas: Papirus, 1998


Resenha: Ciência Geográfica e o Ensino da Geografia


No primeiro capítulo, Lana de Souza Cavalcanti expõe o processo de transformações da geografia e as devidas considerações a cerca do ensino, onde os conceitos eram considerados fragmentados e cada qual com sua coerência própria.
Somente após o surgimento da geografia crítica, houve uma evolução enquanto disciplina, pois os conhecimentos teóricos ofereceram suporte para o desenvolvimento e seus conceitos não eram apenas relacionados com a dinâmica social do planeta.
Com a renovação da geografia, os pesquisadores foram levados a refletir e buscar novas possibilidades, e só então após passar por diversas abordagens, elas firmaram a geografia como ciência. Houve outros enfoques e mudanças que inseriram diversificadas discussões que levaram o aluno a aprender e isto possibilitou uma nova didática nos estudos sobre o ensino-aprendizagem.
Os conceitos de território, lugar, paisagem e região puderam ser articulados numa interpretação diferente, apontados como realce nos processos e nas realidades globais, pois a concepção de mundo que o pesquisador tem, deve ter por objetivo a transformação da realidade.
No que se refere a conceitos, a autora discorre sobre os métodos e técnicas de ensino, isso é demonstrado num alerta evidente em sua pesquisa sobre o ensino da geografia e também das idéias que integram a teoria e prática, e que esta prática deve ser sempre no caráter investigativo para que os conhecimentos possam ter uma formação contínua, pois apenas associar o significado não irá refletir nas formações de conceitos, uma vez que os subsídios para a formação destes conceitos são guarnecidos desde a infância, ainda que a criança tenha capacidade de compreensão  somente aos onze, doze anos, então terá  aptidão de realizar abstrações.
A conclusão do texto, basicamente se encerra  na síntese do pensamento de Vygotsky, onde ele busca determinar contribuições a cerca de suas teorias para o ensino da geografia, especialmente para a formação de conceitos geográficos. Os conceitos científicos vão surgir de modo "descendente", os conceitos cotidianos de forma "ascendente" e de forma "ascendendo" para um conceito conscientemente definido. A escola tem o papel de desenvolver o pensamente conceitual para que a formação dos conceitos científicos sejam refletidos na percepção do aluno, o papel do ensino através da mediação do professor é agregar esses dois tipos de conceitos. Através  destas formulações, o educador vai ser auxiliado a encontrar caminhos no ensino para cumprir objetivos de desenvolvimento intelectual dos alunos.

O primeiro capítulo, atentou sobre o ensino da geografia e sobre os conceitos geográficos, estes se adaptam conforme o comportamento da sociedade moderna, sendo fonte inesgotável de debates e inspirações e também buscou instruir a compreensão do pensamento de Vygotsky e sua contribuição para uma orientação metodológica do ensino escolar.

Disciplina - Memória e Patrimônio



                        A situação precária de grande parte dos casarões tombados no Estado pode ser verificada no Centro de Florianópolis, que abriga nada menos do que 400 dos 600 imóveis preservados na Capital.
            O Serviço de Patrimônio Histórico, Artístico e Natural (Sephan) não tem catalogado o número total de imóveis tombados que seguem abandonados. Sabe-se que as igrejas são preservadas como bens históricos desde 1975.  
            A ação de tombamento somente é aplicada a bens materiais que sejam de interesse para a preservação da memória coletiva. (IPHAN, 2005).
            O tombamento é a primeira ação a ser tomada para a preservação dos bens culturais na medida que impede legalmente a sua destruição.           Porém a preservação somente torna-se visível para todos quando um bem cultural encontra-se em bom estado de conservação, propiciando sua plena utilização.
            Os bens imóveis dizem respeito às edificações: casas de moradia, palácios, palacetes, igrejas e construções militares.
            O Patrimônio Arquitetônico, também chamado de Patrimônio Edificado, diz respeito como o próprio nome sugere as edificações que adquiriram significação histórica e cultural em determinada sociedade. A sua preservação sempre ocorre no sentido de selecionar os exemplares mais expressivos, preciosos e representativos de determinado estilo arquitetônico.
O Serviço do Patrimônio Histórico, Artístico e Natural do Município/ SEPHAN
define o centro histórico de Florianópolis como sendo a região onde historicamente se presume que a cidade nasceu, ou seja, o seu núcleo histórico de fundação.
            Essa região corresponde atualmente às quadras imediatamente adjacentes a Praça XV de Novembro e a toda extensão da rua Conselheiro Mafra até o limite formado pela rua Pedro Ivo.

Configuração urbana inicial da região central de Florianópolis no inicio do século
XIX. A forma se mantém nos dias atuais



            Em 1993 teve início uma campanha de revalorização do patrimônio de
Florianópolis, a qual foi nomeada de Projeto Renovar, cujo objetivo principal é a inserção do patrimônio preservado no cotidiano da cidade e a sua valorização como parte da identidade local.

            Como complementação ao Projeto Renovar, a prefeitura vem desenvolvendo o Programa de Despoluição Visual, que tem como finalidade limitar e disciplinar a comunicação visual dos estabelecimentos comerciais da área central.
            Este projeto vem sendo desenvolvido desde 1999 junto ao centro histórico, ocorrendo paralelamente às intervenções pontuais de recuperação do casario e da ambiência urbana, resultando numa significativa transformação e revitalização do espaço urbano central.

 
Casario da rua Francisco Tolentino no final da década de 80

Casario da rua Francisco Tolentino após intervenção do Projeto Renovar.

           
            Em 30 de novembro de 1937 foi criado, através do Decreto-lei nº 25, o
Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional/ SPHAN que regulamentou o instituto do tombamento, que funcionava desde 1936 em caráter provisório.
           
            Os primeiros bens tombados em Florianópolis pelo SPHAN em 1938 foram as fortalezas que faziam parte do sistema defensivo da Ilha de Santa Catarina.
            Apesar do tombamento as fortalezas ficaram entregues à própria sorte até a década de 90, quando teve início o processo de estudo e restauração das mesmas.
            As fortalezas tombadas foram: Fortaleza Santo Antonio de Ratones (24/05/1938); Fortaleza de São José da Ponta Grossa (24/05/1938) e Forte de Santana (24/05/1938).

            Foram tombados pelo Decreto nº 270/86 (promulgado em 1989), 340 edificações, destes 250 localizadas na área central.

            As edificações também foram classificadas em três categorias de
tombamento conforme a sua relevância histórica e arquitetônica.
            Mais tarde o Plano Diretor de 1997 ampliou o conceito inicial e as categorias ficaram assim definidas:
            Categoria P1 – Imóvel a ser totalmente conservado ou restaurado tanto interna como externamente.
Prédio da Alfândega, rua Francisco Tolentino. Conjunto I, nível de tombamento P1
            Categoria P2 – Imóvel partícipe de conjunto arquitetônico cujo interesse histórico está em ser pertencente a esse conjunto, devendo seu exterior ser totalmente conservado ou restaurado, mas podendo haver remanejamento interno desde que sua volumetria e acabamento externo não sejam afetados.

 Rua Anita Garibaldi. Imóvel categoria P2 (lado esquerdo) e P3 (lado direito).

            Categoria P3 – Imóvel adjacente à edificação ou conjunto arquitetônico de interesse histórico podendo ser demolido, mas ficando a reedificação ou edificação sujeita a restrições a serem definidas em legislação complementar.

            A cidade de Florianópolis vem gradativamente consolidando o processo de preservação de suas edificações históricas, procurando manter uma estreita relação com seus proprietários e com os cidadãos engajados na recuperação da memória urbana da cidade.
            A preservação deste patrimônio edificado é condição fundamental
para a guarda da identidade cultural local, pois lhe confere característica e
personalidade própria. Porém a preservação de um bem só tem sentido se puder ser vinculado a um contexto, e se as edificações puderem ser a expressão da dinâmica da cidade ao longo de sua história. (IPUF, 2005).

            As Áreas de Preservação cultural ficaram assim classificadas:
1. Antiga Inspetoria de Rios e Portos
2. Largo e Igreja São Sebastião
3. Residência do historiador Oswaldo Rodrigues Cabral - localizada na rua Esteves Junior, a residência foi tombada em 1989 por iniciativa dos proprietários.
4.Teatro Álvaro de Carvalho, Residência Nereu Ramos e Teatro da Ubro
5.Residência Hercílio Luz: a edificação mais expressiva deste grupo é a antiga residência do governador Hercílio Luz que esta localizada próxima à Avenida Mauro Ramos.
6.Rua Bocaiúva: esta APC possui poucos exemplares de edificações históricas, sendo que nenhum deles é tombado. A maioria é ocupada por atividades de comércio o que acaba ocasionando o bom estado de suas fachadas. Por outro lado, dois locais que estavam assinalados como áreas de preservação são hoje ocupados por estacionamentos, resultado direto da lentidão na aplicação das leis de preservação.

            O conjunto formado pelas 423 edificações tombadas do centro histórico é ao mesmo tempo homogêneo e heterogêneo. Homogêneo porque apesar de distantes entre si as edificações que fazem parte dos 10 Conjuntos e das APC´s formam um mapa da evolução arquitetônica e urbana da cidade de Florianópolis.
            Num mesmo Conjunto podemos encontrar edificações muito bem conservadas ao lado de outras em ruína.
            A manutenção destas edificações está assegurada por Lei, mas isso não garante a sua manutenção no tempo e no espaço sempre mutante da cidade.
            É sempre bom lembrar que o tombamento oficial de uma edificação nem sempre é garantia de sua preservação.

            Decreto Municipal nº 270, de 30 de dezembro de 1886, em que foram tombados 10 conjuntos urbanos na área central que corriam maior perigo de desaparecimento, representando aproximadamente 330 unidades presentes no Centro da Cidade.
1. CONJUNTO I – Centro Histórico
É o núcleo inicial da antiga Vila de Nossa Senhora do Desterro, que se ergueu segundo os moldes expressos nas ordenações portuguesas de 1747, e cujos traços sobrevivem até hoje.
Em torno da praça foram erguidas a primeira capela (hoje substituída pela Catedral Metropolitana), as primeiras edificações oficiais (Casa da Câmara e Cadeia, Palácio do Governo), e as primeiras moradas de alvenaria. Inicialmente a povoação se estendeu à leste da praça, e posteriormente à oeste, ocupando as áreas mais baixas, limitadas pelo mar e pelas colinas. Posteriormente foram surgindo os primeiros caminhos, em função da necessidade de ligação com as fortificações, construídas no séc. XVIII para defesa da povoação, formando assim os embriões dos futuros bairros.
2. CONJUNTO II - Hospital de CaridadeEste conjunto é representado principalmente Este conjunto é representado principalmente pelo Hospital de Caridade e Capela do Menino Deus e a Rua Menino Deus, antigo caminho de ligação ao sul da Ilha. A preservação desta rua, que dá acesso ao Hospital, é fundamental para a valorização de um dos mais importantes referenciais da paisagem urbana. Esta rua possui uma ocupação típica do período colonial, com lotes estreitos e profundos, além de edificações geminadas, que testemunham o período colonial na arquitetura.
3. CONJUNTO III – Bairro do Mato Grosso
O caminho de acesso ao Forte São Luiz, existente desde o séc. XVIII, inicialmente era ocupado por chácaras residenciais das camadas mais abastadas da população. No fim do séc. passado iniciou-se o desmembramento destas glebas, que aos poucos foram sendo loteadas, constituindo-se em novas áreas residenciais, e dando origem ao Bairro do Mato Grosso. Tem como principal referencial urbano a Praça Getúlio Vargas (antigo Largo Municipal). A importância deste conjunto está evidenciada pela presença de edificações de vários estilos da arquitetura.
4. CONJUNTO IV – Bairro da Tronqueira
Este conjunto ainda guarda os vestígios mais antigos da ocupação da cidade. A Rua Gen. Bittencourt, antigamente conhecida como Rua da Tronqueira, recebeu seu nome em 1874, e era um dos importantes eixos de ligação com o norte da Ilha. Apresenta edificações antigas, representativas de vários períodos da evolução urbana e da arquitetura da cidade.
5.CONJUNTO V - Rua General Bittencourt
Este conjunto também é de ocupação bastante antiga, e ainda hoje apresenta edificações antigas, representativas dos vários períodos da evolução urbana da cidade. As edificações típicas do período colonial, embora esparsas, ainda evidenciam o antigo caminho de acesso ao norte da Ilha
6.CONJUNTO VI – Rua Hermann Blumenau
Este conjunto possui ainda o casario remanescente da arquitetura eclética do início do século, com lotes pequenos e estreitos. A Rua Hermann Blumenau chamava-se Rua Uruguai, até 1931. Era a antiga ligação do Vale das Olarias (região da atual Av. Mauro Ramos) ao antigo Largo Municipal (atual Praça Getúlio Vargas). Caracteriza-se pela horizontalidade, e pela semelhança entre as edificações, além da estreita dimensão dos lotes, que inviabilizam uma ocupação mais densa.
7. CONJUNTO VII – Nossa Senhora do Rosário
A Igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos, construída no séc. XVIII, é o principal elemento deste conjunto, e uma das mais antigas da cidade.
Situada no alto de uma escadaria, voltada para a Baía Sul, a Igreja, juntamente com a Rua Trajano, forma um eixo visual de grande importância.
8. CONJUNTO VIII – Praia de Fora
Foi na Praia de Fora (atual Beira Mar Norte), que Dias Velho, fundador da póvoa de Nossa Senhora do Desterro, aportou no séc. XVII. Nesta orla foram construídas duas fortificações (Forte de São Francisco Xavier e Forte de São Luiz), e a ligação entre ambas era feita pela Rua da Praia de Fora. Durante muitos anos foi o local onde as famílias mais abastadas possuíam chácaras
9. CONJUNTO IX – Rua do Passeio
Conhecida no séc. passado como Rua do Passeio e Rua Formosa, servia de ligação entre o centro da cidade e o antigo Forte de São Francisco Xavier, localizado na Praia de Fora, e se caracterizava pela presença de chácaras, com imponentes residências. Conserva ainda hoje as estreitas dimensões da malha viária original, e é um dos poucos locais que permitem a vista do mar emoldurada por palmeiras imperiais e exemplares do casario tradicional.
10. CONJUNTO X – Rita Maria
Nesta área situava-se o antigo cais Rita Maria, a zona portuária da cidade, onde, além dos diversos armazéns e fábricas, formou-se uma pequena vila operária, formada por casas geminadas, originalmente idênticas e que constituíam as moradias dos operários. Mesmo com a implantação do aterro da Baía Sul, as características urbanas da área se mantêm.
Fontes:

INSTITUTO DE PLANEJAMENTO URBANO DE FLORIANÓPOLIS/ IPUF. Mapa Físico-Político. Florianópolis: IPUF, 2000.

PREFEITURA MUNICIPAL DE FLORIANÓPOLIS. Planta de Quadra. Florianópolis: IPUF, fev. 2003.

ADAMS, Betina M. Preservação Urbana: gestão e resgate de uma história.
Florianópolis: Editora da UFSC, 2002

CORRÊA, Carlos Humberto P. História de Florianópolis – Ilustrada. Florianópolis: Insular, 2004

INSTITUTO DE PLANEJAMENTO URBANO DE FLORIANÓPOLIS/ IPUF. IPUF.Disponível em: www.ipuf.sc.gov.br .


Curso de Extensão - História da Música - Resumos

Música Barroca

            O movimento Barroco floresceu no campo cultural e artístico da Europa durante as modificações na sociedade nos séculos XVII e XVIII. No ínicio era usado para designar estilo artístico e caracterizado pelo excesso de ornamentos. Mais tarde passou a ser um termo utilizado pelos músicos para indicar um período da história da música. A música Barroca é considerada exuberante: ritmos com muitos ornamentos, contrastes de timbres instrumentais e sonoridades fortes com suaves, traduzia complexidade e variedade de vivências e concepções da sociedade de corte européia, através da manifestação concreta da variedade de expressões, formas e estilos musicais presentes nessa época.
            É evidente a origem e influência da Itália na transição da arte do Renascimento para a do Barroco, a maioria das novas tendências teve origem na Itália e seus músicos dominaram todos os campos. Observa-se a fixação da arte no campo religioso, novas formas de expressão artística apareceram, com ênfase na Arquitetura, na Pintura, na Escultura, na Literatura e, na Música. Com a escalada social da burguesia, que em busca da consolidação como classe dominante, abriu novas fronteiras para ampliar o seu mercado de obras de arte como jamais houvera na Europa. A arte passou a ser vista numa nova dimensão. Cada vez mais se estruturaram as academias de arte, onde se praticavam métodos de ensino fechados, rigorosos e técnicos, o que resultou em um academicismo que iria influenciar a arte europeia nos séculos seguintes, inclusive a música.
           
            Música barroca vocal: Surgiu no Renascimento com a necessidade de recuperar as dimensões da música antiga, sendo os Gregos defensores dos poderes da música para provocar sentimentos, emoções e paixões em quem as ouvia. Como consequência, um grupo de músicos italianos, conhecido como Camerata Fiorentina, surgiu uma nova proposta de estilo musical, na qual o elemento vocal era determinante, que influenciou sobremaneira a música vocal barroca. O barroco também foi a época do surgimento, aperfeiçoamento e afirmação de diversos instrumentos musicais, entre eles o violino, o cravo e o órgão.
            O período barroco assistiu ao nascimento da ópera, que é uma peça teatral em que os papéis são cantados ao invés de falados. A primeira ópera de que se tem notícia foi Dafne, de Jacopo Peri (1561-1633).
            Além da ópera, outro gênero de música vocal que se construiu no período barroco foi o oratório, que se refere a um tipo de ópera com histórias extraídas da Bíblia. Com o passar do tempo os oratórios deixaram de ser representados e passaram a ser cantados. Johann Sebastian Bach, criou uma forma especial de oratório conhecida como Paixão, cuja temática é a crucificação de Cristo. Mas Bach se destacou ainda mais na produção de um outro gênero musical típico do barroco, a cantata, peça para solista e coro.

            Música barroca instrumental:  Durante o período barroco, a música instrumental passou a ter importância igual a da música vocal, ou seja, a orquestra passou a tomar forma.
            No início a palavra ‘orquestra’ era usada para designar um conjunto formado ao acaso, com os instrumentos disponíveis no momento. No que se refere ainda à Música barroca instrumental, sabe-se que o Barroco foi o primeiro período da História da Música no qual a expressão instrumental construiu um espaço e uma importância próprios. Um traço constante nas orquestras barrocas, porém, era a presença do cravo ou órgão como contínuo, fazendo o baixo e preenchendo a harmonia. Novas formas de composição foram criadas, como a fuga, a sonata, a suíte e o concerto
            No início do barroco, as músicas ainda eram compostas nos estilos do Renascimento: canzonas, ricercares, tocatas, fantasias e variações.          Desenvolveu-se ainda, a sonata que era uma peça musical para ser tocada instrumentalmente, em oposição à cantata, que deveria ser executada vocalmente ou cantada.    As Cantatas são oratórios em miniaturas e eram apresentados nas missas. Mas a grande novidade barroca na música instrumental foi a consolidação do concerto, que suas origens remontam ao Renascimento. A orquestra, como é conhecida hoje, também teve seu inicio no período barroco. O termo orquestra era usado, no princípio, para designar um conjunto de instrumentos, formado, ao acaso, com os instrumentos disponíveis.
            O barroco continuou a se utilizar do instrumental do Renascimento, mas

desenvolveu, aperfeiçoou e criou novos instrumentos musicais. Do Renascimento, mantiveram-se em uso e foram aperfeiçoados a trombeta, a flauta, o órgão, a harpa e o clavicembalo ou cravo. Foram desenvolvidos, especificamente, no período barroco, a família de cordas do violino, o oboé, o fagote, o tímpano, e a guitarra, ou violão.

O Impressionismo

            O Impressionismo foi um movimento que surgiu na França no final do séc. XIX e inicio do séc. XX, que segundo Grout "não procura exprimir emoções profundas nem contar uma história , mas sim evocar um estado de espírito, um sentimento vago, uma atmosfera". Foi uma forma de compor que procurou transmitir através da harmonia o colorido sonoro e impressões através dos cinco sentidos.
            Debussy foi uma personalidade central no desenvolvimento do estilo impressionista, interessado pelos sons, pelas combinações de notas no sentido não tradicional, utilizadas para induzir reações mentais ou psicológicas, com propósitos de sugerir ou dar a impressão como os poetas e pintores impressionistas. Sua música distanciava-se da era pós-romântica em direção ao novo estilo musical do séc. XX que desafiou tradicionais expectativas harmônicas
            A partir da composição L'après Midi d'un Faune de Debussy, a música impressionista marcou o inicio de uma ruptura com o estilo romântico alemão, e estes meios de ruptura foram comparados às técnicas da pintura impressionista, pois seus artistas em vez de fazerem suas pinturas parecerem "reais", davam meramente vagos contornos, e Debussy usava sons por seu efeito expressivo como "cores" e mais confiante no instinto musical do que obediente às regras de harmonia, tendo sua música comparada à pintura nebulosa de Monet.
            Ravel é outro grande nome do Impressionismo, que marcou o desenvolvimento da música francesa e a princípio seguiu as idéias de Debussy, mas sempre mostrou uma personalidade forte e com seu espírito inovador propõe-se a fazer a sua própria música. Grande orquestrador e criador de melodias, sempre buscava a perfeição. Entre suas obras compôs La Valse, Daphne et Chloé, Pavane pour une infante défunte e Bolero, tendo voltado a estética clássica no final da vida.
            Como parte dos impressionistas destaca-se também Satie com uma proposta bem diferente ainda que impressionista, Williams, Respighi e Dukas com um estilo mais próximo ao final da Era Romântica, sua obra mais popular é O Aprendiz de Feiticeiro, imortalizada no desenho de Walt Disney.
            O século XX foi um século de rupturas e transformações, então convém destacar que o impressionismo foi fundamental para o inicio da construção da nova música, pois traduziu os anseios que a sociedade vivenciava na virada do século XIX para o XX, frente ao descompasso das relações humanas, crescimento tecnólogico e novas descobertas.



O Nacionalismo
            Na segunda metade do séc XIX, iniciou-se um novo movimento no panorama musical europeu, que consistia na incorporação de gerações musicais pertencentes a países que estava à margem da evolução musical, tratava-se de países como a Espanha, que tinham vivido sobre a influência da música italiana e alemã, e a Rússia sobre a influência da música francesa.
            Começaram a se construir as idéias nacionalistas, que levaram o propósito de livrar-se da dominação musical de outros países, e até então importavam a cultura musical das regiões da Europa que eram as mais desenvolvidas musicalmente. As razões básicas deste movimento musical com caráter nacionalista está em afastar a influência estrangeira, pensar à sua própria maneira  e em sua própria língua, e desta forma buscar uma valorização do elemento folclórico nas composições surgidas na época, com objetivo de desenvolver um estilo musical com identidade étnica, e de acordo com a cultura do seu país.
            Cronologicamente podemos destacar os países que tiveram o enriquecimento da música nacional, quais sejam:
Rússia: Glinka abriu o caminho, e embora mantivesse elementos da ópera italiana em sua composição, suas melodias já possuíam características russa e pessoal. Na sequência, Dargomijski, recorre a modelos da música popular, e o grupo conhecido como Os Cinco: Borodin, Cui, Balakirev, Mussorgsky e Korsarkov.
Tchecoslováquia: O nacionalismo de Smetana e Dvorák, evidência-se na escolha de temas nacionais.
Noruega: Grieg, com seu nacionalismo evidente na composição para vozes masculinas.
Dinamarca: Nielsen foi o primeiro compositor dinamarquês com reconhecimento internacional
Inglaterra: Embora o nacionalismo chegasse tarde, Elgar foi o primeiro a evidenciar o folclore inglês em suas composições. Destaque para Williams, que exerceu influência sobre a nova geração de compositores ingleses.
Hungria: Representado por Kodály e Bartók, impulsionaram a valorização da cultura e seus modelos de ensino foram incorporados em outros países, como os EUA.
Alemanha e França: Não houveram manifestações de interesse pela canção folclórica.
Brasil: A música nacionalista encontra em Heitor Villa-lobos seu maior expoente, sendo o mentor e gestor de uma proposta de ensino massivo nas escolas, com uma vasta contribuição no âmbito musical através do canto Orfeônico.
            A importância do nacionalismo, certificasse no afastamento da influência estrangeira e no enriquecimento da música nacional com idioma e identidades próprios. O nacionalismo inseriu nas formas musicais adquiridas ao longo da história novas maneiras de pensar a música, portanto ele não propôs rupturas na forma e estilo de composição.



O Expressionismo

            O termo expressionismo, está profundamente relacionado ao estilo da pintura que floresceu em Viena, no séc. XX, onde os pintores, segundo Benned "jogavam sobre suas telas suas experiências e estados de espirítos mais intimos: o mundo tenebroso de seus terrores mais secretos e as fantásticas visões do subconsiente - muitas vezes sugerindo a degradação mental". Através das intensas, complexas e estruturadas músicas, pela retratação de um mundo irreal o compositor conseguia expor seus medos, angústias e assim a música expressionista caracterizou-se pela profunda viagem ao interior do compositor, com a diferença de que na pintura, procurava-se representar os objetos ao mundo exterior e a música uma experiência interior.
            O campo temático de expressionismo é o homem do mundo moderno, uma distorção do romantismo tardio, em que os compositores despejavam na música toda a carga de suas emoções, traduzindo assim, o descompasso das relações humanas, os terrores internos e o cinismo de vida do séc. XX. Regras convencionais de composição foram fragmentadas, favorecendo um som dissonante, complexo e usado com grande força.
            Dentre os que compositores que escreviam em estilo expressionista estavam Shoenberg, que era pintor, e seus alunos Berg e Webern, e trabalhando juntos na capital austríaca, tornaram-se conhecidos como a Segunda Escola de Viena. As obras de Shoenberg ainda que ligadas a tradição pós-romântica, evidenciavam um método inovador que evoluiu para a atonalidade e posteriormente para um estilo próprio, o que gerou muitas críticas e ao mesmo tempo despertou grande interesse em toda a Europa, com grande êxito para Pierrot Lunaire.
            Berg, adotou a maior parte dos métodos de construção musical de seu professor, utilizando-as com grande liberdade e com grande expressão, fazendo com que sua obra fosse a mais facilmente compreendida do que a maioria dos compositores na sua época, destacando Três Peças para a Orquestra.
            Webern, utilizou várias técnicas de composição como a inversão e mudança de ritmos, evitando repetições, sendo um dos aspectos mais fortes a instrumentação, todos os instrumentos são tratados como solistas, estando estas características muito evidêntes na sua obra Cinco Peças para Orquestra Op. 10.
            O objetivo das obras do período expressionista, é comunicar o complexo de idéias e emoções valendo-se de todos os meios que se possa imaginar, além da própria música, e não o de serem belas ou realistas. Ela se mostra uma mistura complexa de muitas e diferentes tendências.

Musica Medieval Profana

            O termo profano significa "aquilo que está diante ou fora de um templo religioso", então a palavra profano quer dizer assuntos que não são religiosos, aquilo que não é sagrado, entretanto a música profana não se opõe ou não exclui a possibilidade de temas religiosos. Apenas delimita um espaço social e cultural os caracteres sacros não ocupam uma posição de hegemonia. No que se refere à música, o termo profano quer dizer música não litúrgica ou sacra, e sim canções populares, danças apreciadas como lazer com temas variáveis entre o amor, politica, lamento e amizade, incluindo acontecimentos do dia-a-dia.
            Eram na maioria monofônicas e modais e possuiam variadas formas de expressão, com canções e danças de diversos nomes como: lai, virelai, balada caccia, entre outros e essas formas estão na origem das intrumentais e vocais modernas. Os instrumentos musicais utilizados durante a música medieval, eram variados e complexos, sendo alguns deles: de corda, sopro e percurssão, e são considerados como principais o Galubé ou Tamboril, corneto, Charamela, Orgão, Carrilhão, Cítola, Harpa , Viela, Viela de Roda, Rabeca, Salterio , Cornamusa, Flautas Reta e Transversal e  Instrumentos de Percussão.
            Muitos compositores na Idade Média passaram como anônimos na linha do tempo, uma vez que na época a autoria musical não era definida individualmente, apesar do costume de compor fosse bem difundido entre músicos profissionais, trovadores, menestréis entre outros.  Os principais compositores foram Marcabru, Arnaut Daniel, Jofre Rudel, Bernard de Ventadour e Adam de La Halle.
            A música influência épocas posteriores, a exemplo do que ocorre com a história, e por este princípio a música medieval lançou fundamentos a partir do Renascimento, sendo as formas, concepções técnicas, ritmos, timbres e melodias antecipados na Idade Média e a partir da Renascença desenvolvidos nas diferentes formas e estilos musicais que hoje caracterizam a música popular ou erudita na cultura ocidental. Inovações foram trazidas, pois a partir daí surgiram novos estilos, diferentes melodias e acordes, além da variação rítmica de diversos intrumentos, foi o inicio de verdadeiras composições polifônicas.

O Romantismo

            O Romantismo foi um movimento que se desenvolveu na Europa no século XVIII até o final do século XIX, que marcou as artes e a literatura, conhecido como o século das grandes invenções e profundas transformações. Esse movimento teve inicio na Alemanha, na Inglaterra e na Itália, porém foi na França que ele se fortaleceu, estendendo-se mais tarde por toda a Europa e pelas Américas.
            Constituía oposição ao racionalismo e ao rigor do neoclassicismo. Caracteriza-se pelo sonho, valorizava a liberdade de expressão, as emoções, o sofrimento amoroso, a religiosidade, a natureza, os temas nacionais e o passado. Assim, a música e a arte de um modo geral se desconectavam da arte do passado, aproximando-se das novas classes em ascenção, conquistando um público ansioso por uma novidades de ordem estética.
            As primeiras evidências do romântismo na música aparecem com o desenvolvimento da orquestra pelo seu crescimento e por sua abrangência, com isso a seção dos metais da orquestra foi ampliada, com a inserção da tuba e instrumentos de madeira e esta introdução de novos instrumentos iniciou-se com Carl Maria Von Weber e Fraz Schubert, utilizado com força total por Hector Berlioz e Richard Wagner.
            Durante o romantismo houve um rico florescimento da canção, principalmente do lied (canção em alemão) para canto e piano. Os lieder do século XIX se inclinavam a valorizar o instrumento, e desta forma o piano passou a desempenhar um papel tão importante quanto o da voz. Schubert foi um dos grandes compositores de Lieder, sendo sucedido por Schumann e seu principal discípulo Brahms.
            No século XIX o piano é aperfeiçoado tornando sua sonoridade mais rica e complexa, com músicos significativos compondo no piano, como Schubert, Mendelssohn, Chopin, Schumann, Liszt e Brahms. As sonatas são as peças mais comuns compostas para pianos, detinham preferência dos compositores e um grande desenvolvimento da figura do Virtuose, instrumentalista que possui grande habilidade técnica, com destaque para Paganini, Mendelssohn e Liszt, porém o compositor que fez maior uso do piano foi Chopin.
            O fato de o romantismo ter estreita relação com a pintura e a literatura, contribuiu significativamente para o desenvolvimento da música pragmática, onde ela se divide em: sinfonia descritiva, abertura de concerto e poema sinfônico. A partir daí, inserido neste contexto do Romantismo, tornou-se prática o compositor reunir peças da música para fazer delas suítes, executadas como obra de concerto, e como exemplos pode-se citar: O Lago dos Cisnes e o Quebra Nozes de Tchaikovski, e Sonho de uma Noite de Verão, de Mendelssohn, salientando ainda que durante o romantismo, o concerto fez uso de grandes orquestras.
            A ópera teve grande desenvolvimento também no século XIX, sendo Weber considerado o fundador da ópera romântica, seguido por Marschner e sendo Wagner reconhecido como o grande nome com óperas como O Navio Fantasma, Lohengrin, Tristão e Isolda, Os Mestres Cantores de Nuremberg, O Anel dos Nibelungos, O Ouro de Reno, A Valquíria, Siegfried e Crepúsculo dos Deuses.
            Verdi, aparece na outra extremidade da escala da ópera, e ao contrário de Wagner, não era um reformador. Teve três fases diferenciadas em sua carreira: a primeira fase considerada da aprendizagem, na segunda compõe Rigolleto, O Trovador e La Traviatta, e a terceira fase que compôs Simon Boccanegra, Um Baile de Máscaras e A Força do Destino, com destaque para Aída, sua obra-prima. Seus sucessores na Itália foram Leoncavallo, Mascagni e Puccini e na França destaque para Berlioz.
            Pelo fato da música estar dominada pelos alemães, os compositores de países como Rússia, Boêmia e Noruega investiram num estilo próprio dando origem ao nacionalismo. O compositor nascionalista expressava a música na sua nacionalidade através de rimas do folclore de seu país.
            No estilo romântico ainda cabe destaque a música coral, posta na forma de oratório e réquiem, sendo compositores Mendelssohn, Berlioz e Elgar, e na transição do século românticos como Mahler e Strauss, trouxeram tradição românitca para suas composições.


REFERÊNCIAS:

PEREIRA, M. A. M.; PEREIRA, M. P. S. Licenciatura em História - Tópicos temáticos em história, cotidiano, mentalidades, representações e vida material: Introdução à História da Música. Ponta Grossa: UEPG/NUTEAD, 2010